A Hiperplasia Endometrial Cística (HEC), como também pode ser conhecida é um processo inflamatório, definido por um acúmulo de pus no lúmen uterino relacionado a uma infecção bacteriana. É considerada uma das afecções uteropatias mais comum, sua importância se deve a frequência e gravidade gerada.
As principais bactérias causadoras da piometra são: Escherichia coli, Staphylococcus spp. , Klebsiella spp, Pasteurella spp., Proteus spp. e Pseudomonas spp.
A afecção é dividida em dois tipos:
Aberta- Quando o colo do útero está aberto. Ocorre a drenagem de líquidos. Mais leve.
Fechada- Quando o colo do útero está¡ aberto. Ocorre acúmulo de líquidos. Mais grave.
Etiologia
Essa inflamacao é mais comum na fase lútea, a progesterona nesta fase causa a hiperplasia do endométrio, amplificando a produção de fluidos, a contração do miométrio e a resposta leucocitária intrauterina diminuem, com isso ocorre uma propensão à infecção bacteriana.
Patogenia
Combinação de hormônios (estrogênio e progesterona) e de bactérias. Caracterizando-se pela presença de bactéria no interior do útero gerando uma reação inflamatória exsudativa e degenerativa do endométrio.
Aspecto histopatológico de Piometra grave. Dilatação das glândulas endometriais com conteúdo mucopolissacarídeo no seu interior.
Predisposição
Não existe um padrão a ser seguido, porém ocorre uma predisposição em gatas mais velhas, estudos apontam que casos ocorrem mais na faixa entre 3 e 7 anos. Contudo existem diversos casos de animais mais novos sendo acometidos tanto quanto mais velhos também.
Um estudo de Lisboa - Portugal, aponta algumas raças que são mais predispostas, sendo elas: Gato Siberiano, Siamês, Maine Coon, Bengal, Sphynx, Korat, Ragdoll e Ocicat.
Imagem ecográfica de Piometra em uma gata de 8 meses.
Sinais Clínicos
Os sinais tipicamente apresentados são:
Secreção vaginal
Anorexia
Distensão abdominal
Letargia
Perda de peso
Febre
Desidratação
Leucocitose neutrofílica
Caso a cérvix esteja parcialmente ou totalmente fechada, poderá ocorrer mais acúmulo de secreção purulenta, levando assim a um quadro clínico mais grave, levando a depressão e toxemia.
Conteúdo uterino recolhido sanguíneo-purulento em gata.
Diagnóstico
O diagnóstico deverá ser baseado em um conjunto de fatores, tais quais: anamnese completa, sinais clínicos. Exames complementares: ultrassonografia e radiografia abdominal. Hemograma, perfil bioquímico e urinálise, para avaliação de outras anormalidades.
Sendo a ultrassonografia com mais vantagens, podendo ser usada como confirmação do diagnóstico definitivo.
Tratamento
Necessita ser imediato, para não correr septicemia.
Pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da gravidade do quadro.
O procedimento cirúrgico ovariosalpingohisterectomia (OSH) e o mais indicado já que ocorre a lapatomia com ablação dos ovários, trompas e útero. E levando junto um suporte com fluidoterapia.
Útero removido por OSH
O clínico é usado em casos com sinais clínicos iniciais e brandos. Utilizam-se antibióticos e administração de hormônios.
Prognóstico
O prognóstico é positivo, tanto com o tratamento cirúrgico como o medicamentoso. Porém quando ocorre a ruptura do útero a taxa de mortalidade é de 30-50%.
Referências:
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