Desde fevereiro, quando o novo coronavírus (o Sars CoV-2) chegou ao Brasil, diversas dúvidas e preocupações tomaram conta dos tutores de pet. A princípio, Fake News se espalharam pelas redes sociais sobre a vacina que é usada nos cães e gatos para protegê-los contra o coronavírus específico da espécie. Por mais que essa informação já foi desmentida, vale ressaltar que essa vacina não protege contra o Sars CoV-2 e são vírus diferentes que causam a Coronavirose nos cães e gatos (espécie-específico). Recentemente saiu uma notícia sobre o primeiro gato a ser infectado pelo novo coronavírus no Brasil e a seguir iremos te explicar tudo o que você precisa saber sobre o Covid-19 nos gatos.
Em março, foi publicado um estudo mostrando como o Sars CoV-2 se comporta em gatos e ferrets (furões). Essa pesquisa mostrou que o vírus consegue se replicar em tecidos e órgãos desses animais em ambiente controlado sob a presença de alta carga do vírus (por isso não se sabe se isso aconteceria em situações normais). O estudo não foi conclusivo ao informar se a doença se desenvolveu ou conseguiu gerar sinais clínicos pois esses animais não foram acompanhados de forma correta e eram extremamente estressados (sabemos que o fator estresse para os felinos aumenta a gravidade do problema). Outro ponto, é que não foi comprovado se os gatos conseguem transmitir o vírus para os humanos. Ou seja, esse estudo não é aceito por muitas pessoas e não apresenta conclusões sobre o Sars CoV-2 em gatos.
Uma manchete chamativa saiu no noticiário recentemente informando que o Brasil registra o primeiro caso confirmado de gato com Covid-19, mostrando como proteger o seu pet.
Vale esclarecer alguns pontos dessa notícia:
O gato não teve Covid-19 (a doença) pois ele não ficou doente e nem apresentou sinais clínicos disso.
Ele foi testado positivo para o Sars CoV-2 e esse vírus poderia estar instalado em mucosas e cavidade nasal sem apresentar sinais clínicos.
O gato vivia em ambiente doméstico com pessoas que tiveram contato recente com infectados.
Não se sabe se há transmissão direta de animais para humanos.
Para o diagnóstico, foi usado o teste laboratorial PCR. Os felinos domésticos têm o próprio coronavírus específico da espécie e há a possibilidade de ter sido detectado uma sequência do DNA do coronavírus felino que se assemelha ao Sars CoV-2, podendo ter sido um falso positivo.
Não foi informado se houve a realização de mais de um teste para a confirmação do vírus.
Os cuidados com os pets durante a pandemia são:
Ao passear com o cachorro, antes de entrar em casa, é necessário limpar bem as patas com produtos específicos.
Se o tutor estiver com sintomas ou testar positivo para Covid-19, precisa se isolar e ficar longe de outras pessoas e evitar entrar em contato com o gato ou cachorro.
Os gatos são extremamente higiênicos e possuem o hábito de se lamberem. Por isso, ao tossir, partículas de vírus poderão se fixar na pelagem e o felino pode ingerir pelo ato de se lamber.
Eles podem ser carreadores da doença (se o vírus estiver nas patas ou no pelo por exemplo), assim como um objeto infectado e pessoas também são. Por isso, todo cuidado é pouco e é preciso evitar que ele tenha contato com pessoas infectadas.
O Covid-19 é uma doença recente e tomar conclusões de qualquer informação não é o mais sábio a se fazer. Para descobrir sobre a patogenia e suscetibilidade em outras espécies leva tempo e muitos estudos em cima disso.
Não existe indicação em testar animais domésticos para COVID-19, mesmo que ele tenha contato com pessoas infectadas. Os testes só são liberados para estudos e pesquisas. Ressaltamos que não foi comprovado ainda que os gatos podem ficar doentes ao serem expostos ao coronavírus e nem que transmitem a doença, apenas informações seguras podem ser disseminadas e passadas a frente. Escute pessoas especialistas na área, como médicos veterinários, pesquisadores e órgãos oficiais.